"Disseste de repente que precisavas ter os pés na terra, porque se começasses a voar como eu todas as coisas estariam perdidas." Caio F.



segunda-feira, 14 de março de 2011



Tenho aprendido com o tempo que a felicidade vibra na frequência das coisas mais simples.
 Que o que amacia a vida, acende o riso, convida a alma pra brincar, são essas imensas coisas pequeninas bordadas com fios de luz no tecido áspero do cotidiano.
 Como o toque bom do sol quando pousa na pele.
A solidão que é encontro.
O café da manhã com pão quentinho e sonho compartilhado.
A lua quando o olhar é grande.
A doçura contente de um cafuné sem pressa.
 O trabalho que nos erotiza.
 Os instantes em que repousamos os olhos em olhos amados.
O poema que parece que fomos nós que escrevemos.
A força da areia molhada sob os pés descalços.
 O sono relaxado que põe tudo pra dormir.
 A presença da intimidade legítima.
A música que nos faz subir de oitava.
A delicadeza desenhada de improviso.
 O banho bom que reinventa o corpo.
 O cheiro de terra.
O cheiro de chuva.
O cheiro do tempero do feijão da infância.
O cheiro de quem se gosta.
O acorde daquela risada que acorda tudo na gente.
 Essas coisas.
 Outras coisas.
 Todas, simples assim.
(...)



Ana Jácomo

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